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Carpina - PE

Localizada na região da Zona da Mata Pernambucana, Carpina tem uma população estimada em 75.706 habitantes. O acesso à cidade, distante cerca de 50 km da capital Recife, pode ser feito pela BR-408 (IBGE, CNM, 2011). Essa região está situada numa área de interseção entre o agreste e o litoral, na qual predomina o cultivo de cana-de-açúcar bem como as usinas produtoras de álcool e açúcar. O povoamento da Zona da Mata ocorreu já na primeira metade do século XVI, quando os portugueses teriam iniciado sua exploração econômica através do cultivo da cana-de-açúcar. (Alcure, 2007). Com os engenhos, surgiram pequenos povoados e núcleos agrícolas que, posteriormente, deram origem aos municípios mais antigos da região. O município de Carpina começou a ser povoado na segunda metade do século XVII por exploradores de pau-brasil e criadores de gado. Com a ampliação das atividades econômicas, foram implantados engenhos e se desenvolveram culturas de subsistência. Em 1928, a então vila foi elevada à município e em 1938 recebeu o topônimo Carpina (IBGE, 2011). Gilberto Freyre (apud Alcure, 2007) salienta que, em meio às qualidades dessa organização monocultora, destacam-se as expressões artísticas e culturais criadas a partir desse sistema social de relações. Alcure (2007: 32) afirma que, “nesse universo sociocultural, desenvolveu-se o mamulengo e outros tantos divertimentos dos moradores locais”. A Zona da Mata Pernambucana é tida como o espaço social mais evidente de atuação do teatro dos mamulengos. De forma geral, o mamulengo pode ser definido como uma forma específica do teatro de bonecos. Trata-se de um “teatro do riso” que tem como característica a integração do público, que reconhece seus elementos e dialoga com encenações cujas propostas são familiares (Alcure, 2007). Nascido em 1920 em Cachoeira do Salodo (PE), Solon Alves de Mendonça foi um dos grandes nomes do teatro de mamulengo no Brasil. Aos oito anos de idade, já morando em Carpina, iniciou sua ligação com o mamulengo ao assistir um espetáculo. Passou a esculpir os seus bonecos, demonstrando talento no trato com a madeira. Além dos bonecos para teatro, Solon também criou bonecos para ventríloquos e decoração (Frota, 2005; Mascelani, 2006). A permanência durante quase 19 anos no Rio de Janeiro incorporou influências urbanas em seus brinquedos e, por isso, é considerado um dos artistas que contribuiu para a formação de um tipo de mamulengo denominado urbano (Alcure, 2007). Seu repertório inclui personagens fantásticos dos autos populares, da literatura de cordel e das paradas militares. Solon morreu em 1987. Seus trabalhos constam no acervo de diversos museus brasileiros.

OBRAS
  • Figura de mamulengo
  • Figura de mamulengo
  • Figura de mamulengo
  • Figura de mamulengo