Conhecida por sua arquitetura colonial e suas festas tradicionais, a cidade de Pirenópolis está situada na mesorregião do Leste Goiano e atualmente conta com 23.006 habitantes (IBGE, 2010). Com altitude de 770 metros e localizada aos pés da Serra dos Pireneus, seu nome faz referência à maior cadeia montanhosa do estado de Goiás, que envolve a pequena cidade. O povoado que deu origem à Pirenópolis foi fundado em 1727, quando bandeirantes encontraram na região farta quantidade de ouro. Com o declínio da extração aurífera, a região tornou-se polo agrícola e mercantil, sendo considerada um importante centro urbano da então província de Goiás até fins do século XIX. Após esse período Pirenópolis viveu longas décadas de isolamento. Manteve-se conhecida, no entanto, por promover festas tradicionais, como a “Festa do Divino”, realizada desde 1819 e registrada pelo IPHAN em 2010 como patrimônio cultural brasileiro. Na Festa do Divino destaca-se no cenário urbano a Cavalhada de Cristãos e Mouros, que faz com que Pirenópolis seja conhecida hoje em dia como a “cidade das cavalhadas”(Spinelli, 2009). É nesse contexto da Festa do Divino e das Cavalhadas que estão inseridas as obras de Maria de Beni e Lunildes.  Nascida em 1919, Maria de Beni desenvolveu sua arte na cerâmica reproduzindo a festa da Cavalhada: com cavaleiros e animais em miniatura ricamente paramentados com os símbolos de mouros e cristãos. Em 1954 teve sua obra escolhida pela UNESCO para compor exposições na Europa (Mascelani, 2006). Nascida em 1953, Lunildes teve Maria de Beni como fonte de inspiração e produz cavaleiros mascarados em barro com roupas e máscaras que reproduzem, também em miniatura, aquelas da brincadeira.