Planaltina está localizada a aproximadamente 60 km de Brasília e 220 km de Goiânia, na região do Leste Goiano e na microrregião do entorno de Brasília. Situada a uma altitude de 944 metros, tem sua população estimada em 82.258 habitantes (IBGE, CNM, 2011). É a cidade mais antiga do Distrito Federal. Ocorreu no início do século XIX a primeira incursão na região. Em 1892, a então vila Mestre D’Armas tornou-se um município autônomo e em 1917 teve sua denominação alterada para Planaltina. Na década de 1920, foi assentado no município o marco fundamental da futura capital da república (IBGE, 2011). Estreitamente ligada à interiorização da capital, Planaltina manteve em seu traçado uma parte tradicional, com construções de estilo colonial, ao lado de agregações recentes (Fonseca e Grassi, 1979). Os fluxos migratórios de habitantes de diversos pontos do país, que acorreram à região desde o início da construção de Brasília, levaram consigo variadas manifestações culturais e modos de vida dos locais de origem dos imigrantes. É o caso de Selvino de Jesus Alves, que nasceu em 1941 em Rui Barbosa, no estado da Bahia. Ainda criança, aprendeu sozinho a trabalhar com o barro, confeccionando animais para brincar. Em 1965, migrou para o Distrito Federal, onde fixou residência em Planaltina. Em 1976, após trabalhar como fotógrafo e empregado de um posto de gasolina, Selvino assumiu o trabalho com o barro como ofício. O ceramista utiliza ferramentas simples além das próprias mãos para compor suas figuras: arame, espátulas, pente, pincel e prego. Produziu obras de temática diversificada, com mais de 200 tipos diferentes de figuras criadas (Fonseca e Grassi, 1979). Essa variedade evidencia tanto as lembranças do lugar de origem quanto a assimilação de elementos do novo contexto sociocultural, como a figura do busto do presidente Juscelino Kubitscheck. Suas figuras não são polidas e a decoração, em geral riscada, por vezes é colorida com tinta para sapatos ou barro vermelho (Fonseca e Grassi, 1979).