Localizada a uma distância aproximada de 11 km da capital, a cidade de Niterói faz parte da região metropolitana do estado do Rio de Janeiro. Com uma população estimada em 489.720 habitantes (IBGE, CNM, 2011), foi considerada a cidade com o maior índice per capita domiciliar do Brasil (FGV, 2011) e possui um dos maiores índices de desenvolvimento humano do país. Sua história se entrelaça com os primórdios da colonização portuguesa em terras brasileiras. Quando o Rio de Janeiro se tornou província, a Vila Real da Praia Grande foi escolhida para ser capital e foi elevada à categoria de cidade, com a consagração do topônimo Niterói, em 1835. No início do século XX foi ampliado o plano de urbanização e embelezamento da cidade, contribuindo para concretizar Niterói como importante centro urbano do estado do Rio de Janeiro (IBGE, 2011). Foi nesse contexto que Adalton Fernandes Lopes (1938-2006) desenvolveu sua obra na periferia de Niterói. O artista aprendeu seu ofício praticamente sozinho e só foi se dedicar inteiramente à arte após passar por várias profissões e se aposentar, na década de 1960 (SAP, 1985). Deu ao cotidiano da vida fluminense uma interessante possibilidade de leitura, trabalhando, como argumenta Mascelani (2006:90), “com extenso e variado leque temático: da arte erótica à vida de cristo, passando por vendedores ambulantes, cenas de namoro, casamento e parto”. Nesse sentido, o homem retratado por Adalton é o homem da rua, urbano e comum destacado em suas múltiplas atividades do dia a dia. Em sua obra destacam-se ainda gigantescas “engenhocas”, como o Desfile das Escolas de Samba. Adalton, juntamente com Antônio de Oliveira, possui o maior conjunto de obras em exposição no Museu Casa do Pontal (Frota, 2005; Mascelani, 2006).